quinta-feira, 30 de setembro de 2010

CAPÍTULO 02 - NOVELA POLLYANNA

CAPÍTULO 02

Precisamente aos vinte minutos para as quatro da tarde seguinte, Timothy e Nancy saíram na charrete para receber a visitante esperada. Timothy era sobrinho do velho Tom. Era um jovem de boa índole e igualmente de boa aparência.
Nancy repetia constantemente em sua mente: “Cabelos claros, vestido xadrez vermelho, chapéu de palha”. Perguntava-se várias vezes que tipo de menina seria Pollyanna.
_Espero que ela seja quieta e sensível, para o bem dela, que não derrube facas nem bata portas... _disse ela para Timothy, que tinha apeado.
_Bem, se ela não for, então não sei o que vai ser de nós _ sorriu ele. _ Imagine Miss Polly e uma criança barulhenta! Depressa! O trem está apitando.
_Ah, Timothy, acho que foi uma crueldade ela me mandar buscar a sobrinha em vez de vir _ comentou Nancy, assustada.
Nancy avistou a menina esguia usando vestido xadrez vermelho, com duas grossas tranças de cabelo cor-de-linho, pendendo às costas. Sob o chapéu de palha um pequeno rosto ansioso e sardento voltava-se para a direita e para a esquerda, claramente procurando alguém.
Nancy reconheceu a criança no mesmo instante, mas por algum tempo não conseguiu dominar os joelhos trêmulos para chegar até ela.
_É Miss... Pollyanna? _ indagou, hesitante.
No instante seguinte viu-se abraçada por dois braços.
_Estou tão contente em vê-la _ disse ansiosa.
_Sou Pollyanna, sim, e estou contente por ter vindo. Esperava que viesse.
_Esperava? _falou Nancy, perguntando-se como Pollyanna poderia conhecê-la.
_Esperava sim, e vim me perguntando durante toda a viagem, como seria a senhora.
Nancy ficou aliviada pela aproximação de Timothy, pois as palavras de Pollyanna a confundiam.
_Este é Timothy... Talvez tenha trazido um baú... _balbuciou ela.
_Trouxe, sim _ informou Pollyanna.
Finalmente os três partiram, com o baú de Pollyanna na traseira, e esta espremida entre Nancy e Timothy. Durante todo o percurso a menina manteve um fio ininterrupto de comentários e perguntas, até que a espantada Nancy encontrou-se sem fôlego, tentando acompanhá-la. Pollyanna conversou bastante durante o percurso até a casa de tia Polly. Falou de seu pai e de sua mãe.
_Tudo agora será mais fácil, porque tenho a senhora, tia Polly. Falou Pollyanna.
A compaixão de Nancy pela pequena abandonada transformou-se em pasmo.
_Mas... há um engano aqui. Sou Nancy. Não sou sua tia Polly _ balbuciou ela.
_Não... não é? _hesitou a menina, surpresa.
_Não. Sou apenas Nancy. Nunca pensei que fosse me tomar por ela. Nós... não somos nem um pouco parecidas... nem um pouco mesmo.
_Mas quem é? _quis saber Pollyanna.
­_ Sou Nancy, a empregada. Faço todo o trabalho da casa, a não ser lavar e passar. Mrs. Durgin é quem faz isso.
_Mas existe uma tia Polly, não existe? _quis saber a menina ansiosamente.
_Pode apostar sua vida que existe _ disse Timothy.
Pollyanna suspirou.
_Então está tudo certo _ depois de um instante de silêncio, continuou: _ Sabe? Estou contente, afinal, que ela não tenha vindo me encontrar, porque agora ainda vou conhecê-la, e já conheci você.


Estou muito interessada em conhecer tia Polly. Sabe que ela é a única tia que tenho, e eu não soube disso por muito tempo. Meu pai me contou que ela morava em uma grande casa adorável no topo de uma colina.
_Mora mesmo. Podemos ver daqui _ respondeu Nancy.
Pollyanna chega. Miss Polly não se levantou para cumprimentar a sobrinha. Apenas ergueu os olhos de seu livro quando Nancy e a menina apareceram à porta da sala de estar, e estendeu a mão com o ar de dever estampado no gesto.
_Como vai, Pollyanna? Eu... _interrompeu-se, pois não teve chance de continuar: a menina veio correndo e atirou-se ao colo da tia escandalizada.
_Oh, tia Polly, não sei como vou demonstrar toda a alegria que estou sentindo por ter-me convidado para morar aqui com a senhora – disse ela soluçando.
_Pois bem Pollyanna solte-me e fique de pé, em uma posição apropriada... ainda não vi como você é.
_Acho que não mesmo; minha figura não é lá essas coisas... com estas sardas. E também com esse vestido de xadrez vermelho e aquele de veludo preto com os cotovelos puídos. Eu contei a Nancy o que papai disse...
_Agora não importa mais o que seu pai disse _ interrompeu Miss Polly. Tem um baú com suas coisa, eu presumo.
_Tenho sim, tia Polly, tenho um belo baú que as Auxiliadoras me deram. Não tenho muita coisa dentro... O baú está cheio com os livros de meu pai.
_Pollyanna _interrompeu a tia, não quero ouvir falar sobre seu pai.
_Por que tia Polly? Quer dizer...
_Vamos subir para o seu quarto. Seu baú já está lá.
Sem falar, Pollyanna voltou-se e seguiu a tia, sala afora. Os olhos estavam cheios de lágrimas. “Afinal acho que estou contente por ela não querer que eu fale sobre papai”, pensou Pollyanna.
Pollyanna, então convencida da “bondade” da tia, controlou as lágrimas e olhou ao redor. Estava encantada com a beleza da casa. Miss Polly caminhou pelo corredor até a escada que levava ao sótão. Estava contente por ter acomodado a menina na maior distância possível de si, em um local onde o descuido infantil não danificasse a mobília valiosa.
Pollyanna caminhava atrás da tia e imaginava como seria bonito o seu querido e belo quarto, cheio de cortinas, tapetes e quadros que pertenceria somente a ela.






SERÁ QUE POLLYANA FICOU CONTENTE COM O SEU NOVO QUARTO? SERÁ QUE É COMO ELA IMAGINOU?
NÃO PERCA O PRÓXIMO CAPÍTULO!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

PARA REFLETIR!!!

O Tijolo

Um jovem e bem sucedido executivo dirigia por sua vizinhança, correndo um
pouco demais na sua nova Ferrari.

De repente um tijolo espatifou-se na porta lateral da Ferrari!

Freou bruscamente e deu ré até o lugar de onde teria vindo o tijolo.

Saltou do carro e pegou bruscamente uma criança empurrando-a contra um
veículo estacionado e gritou:

- Por que isso? Quem é você? Que besteira você pensa que está fazendo?

Este é um carro novo e caro. Aquele tijolo que você jogou vai me custar
muito dinheiro. Por que você fez isto?

- Por favor senhor me desculpe, eu não sabia mais o que fazer!
Implorou o pequeno menino.

- Ninguém estava disposto a parar e me atender neste local.

Lágrimas corriam do rosto do garoto, enquanto apontava na direção dos
carros estacionados.

- É meu irmão. Ele desceu sem freio e caiu de sua cadeira de rodas e não
consigo levantá-lo.

Soluçando, o menino perguntou ao executivo:

- O senhor poderia me ajudar a recolocá-lo em sua cadeira de rodas? Ele
está machucado e é muito pesado para mim.
Movido internamente muito além das palavras, o jovem motorista engolindo
"um nó imenso" dirigiu-se ao jovenzinho, colocando-o em sua cadeira de
rodas. Tirou seu lenço, limpou as feridas e arranhões, verificando se tudo estava bem.

- Obrigado e que Deus possa abençoá-lo - a grata criança disse a ele.

O homem então viu o menino se distanciar... empurrando o irmão em direção à casa.

Foi um longo caminho de volta para a Ferrari... um longo e lento caminho de volta.

Ele nunca consertou a porta amassada. Deixou amassada para lembrá-lo de não ir tão rápido pela vida, que alguém tivesse que atirar um tijolo para obter a sua atenção...

Deus sussurra em nossas almas e fala aos nossos corações.

Algumas vezes, quando nós não temos tempo de ouvir,

Ele tem de jogar um tijolo em nós.