sexta-feira, 30 de setembro de 2011

SIMULADO ENEM - 3º ANO (MANHÃ, TARDE E NOITE.)

Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 9:

Estádios ou casas

Quando o Brasil estiver sediando a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, ninguém mais lembrará a tragédia do Morro do Bumba de Niterói. No Brasil, há uma profusão considerável de tragédias e as calamidades recentes arquivam as antigas, ainda mais quando os óbitos acontecem nas periferias das grandes cidades, envolvendo brasileiros com sobrenomes sem peso social.
Com os tradicionais atrasos e os intermináveis desvios de verbas públicas, ninguém duvida de que o Mineirão, o Beira Rio, o Maracanã, o Morumbi e todos os estádios da Copa estarão reluzentes daqui a quatro anos. As burras do poder público serão escancaradas para que clubes mal administrados, que pagam fortunas para alguns pernas de pau, encham seus cofres, mesmo que devam fábulas para a Previdência Social. O dinheiro sairá da caixa do povo através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Não vai haver oposição. No país do futebol, pentacampeão do mundo, não há nada mais importante que uma Copa e, quem sabe, a conquista de mais um mundial para estufar o peito do orgulho nacional. Ninguém, em sã consciência, ousa levantar sua voz contra a paixão nacional e a realização da Copa do Mundo no Brasil. Pregaria no deserto, já que os compromissos estão assumidos e, de sul a norte, os estádios estarão um brinco: salas vips com ar condicionado, excelentes acomodações para a imprensa internacional, estacionamento, shopping center, elevadores, campo com grama impecável e até cobertura para os dias de chuva.
Mas e o dinheiro que nunca sobra para remover os favelados com a construção de moradias dignas? Como impressionaremos os visitantes com milhares de favelas penduradas nas encostas dos morros ameaçando despencar ladeira abaixo? Bem, nossos hábeis governantes, que se revezam no poder com a incapacidade para resolver o problema das favelas em áreas de risco, certamente driblarão esse entrave. Removerão alguns miseráveis para bem longe dos estádios, desviarão rotas e plastificarão as favelas. Com algumas soluções cosméticas, essas moradias precárias parecerão algo meio exótico, capaz de servir de cenário para gravação de um clip de algum pop star, tal como fez o saudoso Michael Jackson, no Morro de Santa Marta, em Botafogo.
Até o dia em que nossos craques entrarão em campo, na Copa do Mundo do Brasil, a dor da tragédia dos mortos do Morro do Bumba já ________ definitivamente soterrada na memória nacional. O holocausto fluminense sintetiza o verdadeiro descalabro do processo de urbanização das favelas brasileiras, mesmo que no Brasil ________ inúmeros programas e siglas com nomes pomposos que _________ mais marketing do que resultados. Para os defuntos do Morro do Bumba, o “PAC”, o “Minha Casa Minha Vida”, o Fundo Pró-Habitação e outras tantas siglas inócuas serão, para sempre, letras mortas, mas as famílias dos soterrados pela lama jamais esquecerão as imagens dos corpos revirados por máquinas no meio do lixo. A vergonha e a humilhação nacional sucumbiram junto com o deslizamento daquele morro. Será que, algum dia, casas terão prioridade sobre a reforma de estádios? Por ventura, tapar buracos nas ruas será mais importante do que uma pista de corrida? Sem mudar de assunto,(...) Faltam menos de dois meses para o início da próxima Copa.
PINHEIRO, Murilo. Estádios ou casas. Revide<.
Ribeirão Preto, edição 501, n. 15, p. 8, 16 abr. de 2010.

1- Para garantir a concordância verbal correta, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, por:

a) estarão, proliferem, produzem.
b) estará, prolifere, produzem.
c) estará, proliferem, produzem.
d) estará, proliferem, produz.
e) estarão, prolifere, produz.

2- O texto, por suas características, pode ser classificado predominantemente como:
a) dissertativo-argumentativo. b) entrevista c) conto d) noticia e) descrição

3- O objetivo principal do texto é:
a) propor aos governantes que realizem ações para melhorar a situação dos moradores de favela no Brasil para que, durante a realização da Copa do Mundo de 2014, as cidades do país estejam prontas para o turismo.
b) criticar, de forma incisiva, o gasto exorbitante de verba pública com obras para a Copa do Mundo e a falta da aplicação de recursos financeiros para construir moradias dignas para quem habita as favelas.
c) convencer os leitores da importância do futebol no Brasil, que traz orgulho para toda a população brasileira e ajuda a retirar da favela garotos que se tornam grandes ídolos desse esporte.
d) informar todos os benefícios que a Copa do Mundo no Brasil trará à população do país, já que esse evento gerará emprego durante a construção dos estádios até 2014 e proporcionará o turismo durante a competição.
e) apresentar fatos históricos, econômicos e geográficos sobre o problema da habitação irregular em encostas e morros no Brasil, sem que o autor expresse sua opinião pessoal a respeito do assunto.


4- Marque a alternativa que contém afirmação que está em desacordo com a tese defendida pelo autor.
a) “Quando o Brasil estiver sediando a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, ninguém mais lembrará a tragédia do Morro do Bumba de Niterói.”
b) “(...) Com os tradicionais atrasos e os intermináveis desvios de verbas públicas, ninguém duvida de que o Mineirão, o Beira Rio, o Maracanã, o Morumbi e todos os estádios da Copa estarão reluzentes daqui a quatro anos.”
c) “As burras do poder público serão escancaradas para que clubes mal administrados, que pagam fortunas para alguns pernas de pau, encham seus cofres, mesmo que devam fábulas para a Previdência Social.”
d) “No país do futebol, pentacampeão do mundo, não há nada mais importante que uma Copa e, quem sabe, a conquista de mais um mundial para estufar o peito do orgulho nacional.”
e) “Até o dia em que nossos craques entrarão em campo, na Copa do Mundo do Brasil, a dor da tragédia dos mortos do Morro do Bumba já estará definitivamente soterrada na memória nacional.”

5- Nesse texto, em que predomina a norma-padrão da língua, ocorre também marca de linguagem coloquial. Assinale a alternativa que apresenta fragmento do texto com expressão informal.
a) “Com os tradicionais atrasos e os intermináveis desvios de verbas públicas (...)”
b) “(...) que pagam fortunas para alguns pernas de pau, (...)”
c) “Ninguém (...) ousa levantar sua voz contra a paixão nacional (...)”
d) “(...) o verdadeiro descalabro do processo de urbanização das favelas brasileiras (...)”
e) “A vergonha e a humilhação nacional sucumbiram (...)”

6- Leia os itens a seguir:
I. “uma profusão considerável de tragédias” – 1o parágrafo (grande quantidade de catástrofes)
II. “siglas inócuas” – 4o parágrafo (abreviaturas incompreensíveis)
III. “devam fábulas” – 2o parágrafo (relatem histórias)
IV. “em sã consciência” – 2o parágrafo (de posse plena de suas faculdades mentais)
Assinale a alternativa que apresenta os itens nos quais o que está entre parênteses é paráfrase adequada da expressão extraída do texto.
a) I, II e III b) I, II e IV c) II e III d) II, III e IV e) I e IV

7- Clichês são frases que se banalizam por serem muito repetidas, transformando-se em unidades linguísticas estereotipadas, de fácil emprego pelo emissor e fácil compreensão pelo receptor. O autor do texto fez uso de expressão considerada clichê no segundo parágrafo: “Pregaria no deserto”. Marque outro lugar-comum com significado semelhante ao que é apresentado no texto.
a) Quem fala demais dá bom dia a cavalo.
b) Quem fala o que quer ouve o que não quer.
c) Falar com fulano foi o mesmo que falar com as paredes.
d) Quando um burro fala, os outros abaixam as orelhas.
e) Quem muito fala pouco aprende.

8- Leia os fragmentos do segundo parágrafo:
I. “Não vai haver oposição.”
II. “No país do futebol, pentacampeão do mundo, não há nada mais importante que uma Copa (...)”
A relação de sentido entre as orações é de:
a) contraste. b) alternância. c) comparação. d) condição. e) causa.

9- Relacione as regras sobre pontuação ao emprego da vírgula nas frases do texto.
I. O adjunto adverbial deslocado é marcado por vírgula.
II. Usa-se vírgula para separar termos de mesma função sintática.
III. As orações subordinadas adjetivas explicativas sempre são separadas por vírgulas.
( ) “No Brasil, há uma profusão considerável de tragédias (...)”
( ) “(...) o Maracanã, o Morumbi e todos os estádios da Copa estarão reluzentes (...)”
( ) “Ninguém, em sã consciência, ousa levantar sua voz (...)”
( ) “As burras do poder público serão escancaradas para que clubes mal administrados, que pagam fortunas para alguns pernas de pau, (...)”
A sequência correta é:
a) II, I, I e III. b) I, II, III e I. c) I, II, I e III. d) II, III, I e I. e) II, II, III e I.

Leia o texto a seguir para responder às questões 10 e 11:
“Vc” e “naum” aparecem em redações
Da reportagem local
O hábito dos adolescentes de fazer abreviações na comunicação pela Internet também preocupa as escolas. O professor de português do colégio Santo Américo (zona oeste de São Paulo), José Ruy Lozano, conta que, vez ou outra, encontra um “naum” (abreviação de “não”) ou um “eh” (é) em trabalhos escolares.
“Esse tipo de expressão faz sentido nas conversas instantâneas, onde eles [os alunos] se comunicam com muitos amigos ao mesmo tempo e têm de ser rápidos. Mas, na escrita formal, não. É um contexto diferente”, afirma. “As abreviações, entretanto, estão menos frequentes nos textos do Santo Américo, depois que o colégio decidiu intensificar a quantidade de redações pedidas aos alunos.” A prática da escrita ajudou a reduzir isso.
“Na PlayPen (zona oeste), o ‘internetês’ também aparece de vez em quando nas redações, com expressões como ‘vc’.” “Quando vejo, acho muita graça”, conta Maria Laura Mori, professora de português da escola, que corrige todas as versões manuscritas antes de autorizar os alunos a passarem a limpo o trabalho no computador.
Como uma roupa
No Sidarta, as expressões abreviadas também costumam aparecer. “Mas, em geral, os alunos sabem o contexto adequado para cada tipo de linguagem. É como com a roupa: não se vai à formatura de chinelo”, diz Gizele Caparroz de Almeida, professora de língua portuguesa. “O ‘vc’, por exemplo, é mais um código que a gente pode usar em 30 anos. Antes, ‘você’ não era ‘vossa mercê’?”
“Vc” e “naum” aparecem em redações.
Folha de S.Paulo, São Paulo, 18 jan. 2010. Saber.
Leia o excerto do texto a seguir:
“Esse tipo de expressão faz sentido nas conversas instantâneas, onde eles [os alunos] se comunicam com muitos amigos ao mesmo tempo e têm de ser rápidos. Mas, na escrita formal, não. É um contexto diferente.”

10- A partir da declaração do professor, o(s) item(ns) que pode(m) ser relacionado(s) à sua afirmação é (são):
I. Todos os níveis da linguagem são legítimos, desde que inseridos em contexto sociocultural próprio.
II. As regras gramaticais prescrevem um só padrão linguístico considerado correto para todas as situações comunicativas.
III. A gramática normativa registra, dentro da diversidade de modalidades da língua, o padrão de como falar e escrever em determinadas situações.
Está(ão) correto(s) somente o(s) item(ns):
a) I e III. b) II e III. c) I e II. d) II. e) III.

11- Quando a professora afirma no último parágrafo “O ‘vc’, por exemplo, é mais um código que a gente pode usar em 30 anos. Antes, ‘você’ não era ‘vossa mercê’?”, pode-se certificar de que a língua é:
a) homogênea . b) permanente. c) unilateral. d) mutável. e) elaborada.

12- Identifique a alternativa que contém a função de linguagem predominante no texto acompanhada da justificativa correta.
a) Referencial: faz referência a acontecimentos com o objetivo de transmitir informações sobre os riscos do uso inadequado da Internet.
b) Conativa: a mensagem do texto está centrada no leitor, com o objetivo de convencê-lo a mostrar sua vida na Internet por meio de fotos.
c) Fática: o autor deseja verificar a compreensão da mensagem pelo leitor, por meio de pergunta feita no início do texto.
d) Metalinguística: por meio do texto, explicam-se várias expressões empregadas pelos usuários de Internet, como: ciberbullying, MSN, Orkut etc.
e) Poética: apresenta-se cuidado especial na elaboração da mensagem por meio da exploração de grande quantidade de figuras de linguagem, do ritmo e da sonoridade das palavras empregadas no texto.

Texto para a questão 13
Navegação precisa de limites
Da reportagem local
Você colocaria fotos de momentos variados da sua vida no mural da escola, para todo mundo ver, sem refletir bastante sobre o assunto?
É usando essa questão que Rodrigo Nejim, diretor de prevenção da ONG Safernet, alerta para os perigos de disponibilizar fragmentos da vida na Internet.
Pesquisa realizada pela organização não governamental aponta que 53% das crianças e dos adolescentes afirmaram já ter encontrado conteúdo impróprio na rede. Ao mesmo tempo, 87% afirmam que não têm limites para navegar – 38% dizem ter medo de encontrar um adulto mal intencionado enquanto navegam e 28% dizem ter encontrado pessoalmente alguém que conheceram na rede.
“São sinais de que crianças e adolescentes ainda não têm dimensão de que a Internet é um espaço público. As fotos que a gente publica não são vistas apenas pelos amigos e pela família. Qualquer um pode vê-las”, diz.
A pesquisa aponta, também, que 21% dos entrevistados nunca se sentem seguros na Internet – 38% foram vítimas de ciberbullying; 29% já tiveram seus dados/perfil roubados; e 26% nunca buscaram dicas de proteção.
“As pessoas têm uma ideia de que a Internet é uma terra sem lei, de anonimato completo, de impunidade. E não é bem assim”, afirma Nejim.
Segundo ele, pais e filhos precisam conversar sobre a forma como usam a Internet. “Da mesma forma que as crianças não podem aceitar balas de estranhos, elas não devem aceitar e-mails estranhos, pedidos de amizade de estranhos no Orkut, no MSN.”
Não adianta, no entanto, proibir o uso da Internet nem vigiar o comportamento dos filhos. “É preciso dialogar, orientar e fazer um acompanhamento”, diz. (DA)
Navegação precisa de limites. Folha de S.Paulo, São Paulo, 15 jul. 2009. Informática.

13- A partir da leitura do texto, julgue os itens a seguir com V para verdadeiro e F para falso.
I. Os pais devem conversar com os filhos sobre alguns problemas da Internet, explicando quais os perigos que podem existir para qualquer pessoa que navegue no mundo virtual, se alguns cuidados não forem seguidos. ( )
II. De acordo com o texto, deve-se tomar cuidado ao colocar a própria imagem por meio de fotos ou filmagens na internet, já que, ao fazê-lo, a pessoa deixa de ser um indivíduo comum e passa a ser uma pessoa exposta publicamente. ( )
III. É necessário que os pais usem controlador de acesso aos conteúdos da Internet. Existem programas especiais que podem ser instalados no computador que permitem bloquear o acesso das crianças a determinados locais da rede. ( )
IV. Os pais precisam passar algum tempo com o filho junto do computador, pois isso permite a eles alguma vigilância do conteúdo das páginas que o filho visita. ( )
A alternativa que contém a sequência correta é:
a) V, V, V, F. b) V, F, V, F. c) F, F, V, V. d) V, V, F, F. e) F, V, V, V

14- Alguns elementos da frase funcionam como elemento de ligação, como o termo “como”, destacado acima. Levando em consideração que esse vocábulo aparece após “não apenas”, é correto afirmar que o trecho “interessado em seguir não apenas o desdobrar das notícias como as diferentes maneiras de apresentá-las ao público” exprime ideia de:
a) oposição. b) adição. c) explicação. d) alternância. e) conclusão.

Leia os textos a seguir e responda às questões de 15 a 17:
Texto I
É impossível colocar em série exata os fatos da infância porque há aqueles que já acontecem permanentes, que vêm para ficar e doer, que nunca mais serão esquecidos, que são sempre trazidos tempo afora, como se fossem dagora. É a carga. Há os outros, miúdos fatos, incolores e quase sem som − que mal se deram, a memória os atira nos abismos do esquecimento. Mesmo próximos eles viram logo passado remoto. (NAVA, Pedro. Baú de ossos. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974.)

Texto II
A lembrança da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem não misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância. (...) Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe. (...) O que muito lhe agradeço é a sua fineza de atenção.
(ROSA, G. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980.)

Texto III
Memórias que ficam
A memória de longo prazo é um mistério para os neurocientistas: o que faz com que fique gravada no cérebro? O enigma está mais perto da solução, graças a pesquisadores do Brasil e da Argentina (...). Testes com ratos que guardaram más memórias de uma caixa em que levavam choques nas patas mostraram um novo papel para o c-fos, uma proteína relacionada à aquisição de memória (PNAS). Não basta entrar em ação logo após o acontecido, como de fato acontece, para que a memória se consolide no longo prazo; é preciso um segundo pico de atividade do c-fos no hipocampo, a área do cérebro mais ligada ao armazenamento de memória, 12 horas depois, seguido de síntese proteica 24 horas depois. Os pesquisadores viram que essa atividade tardia só acontece se o choque tiver sido de intensidade suficiente para gerar uma memória de longo prazo. A descoberta abre caminhos para a pesquisa sobre a persistência da memória.
(Memórias que ficam. Revista Fapesp, São Paulo, n. 168, p. 41, fev. 2010.)

15- Os narradores do texto I, de Pedro Nava, e do texto II, de Guimarães Rosa, falam, de forma semelhante, sobre o mesmo assunto. Com isso em mente, analise as assertivas a seguir:
I. Os dois textos mostram que algumas lembranças antigas permanecem em nossa memória, como se tivessem acontecido recentemente.
II. O primeiro e o segundo texto mostram que fatos sem importância não ficam gravados de maneira intensa na memória.
III. Para os narradores do texto I e do texto II, não se consegue contar lembranças antigas de forma linear, mantendo-as na ordem em que aconteceram, já que ficam sempre apagadas na memória.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) I, apenas. e) III, apenas.

16- Comparando o texto III – Memórias que ficam – com os dois textos anteriores a ele, pode-se afirmar que:
a) não pode ser relacionado com os textos I e II, por falar de ratos e não de humanos.
b) o “enigma” a que faz referência (linha 3) é a necessidade de um segundo pico de atividade do c-fos para que a memória fique guardada.
c) as conclusões do texto III não podem ser relacionadas aos dois primeiros textos, já que elas tratam apenas de “más memórias”.
d) a intenção das experiências relatadas no texto III é mostrar por que algumas narrativas literárias se estruturam baseadas na memória.
e) de forma científica, o texto III trata de questão semelhante às reflexões feitas nos textos I e II.

17- Assinale a alternativa que mostra a presença de um interlocutor (pessoa que dialoga com a voz que enuncia o texto) em um dos textos apresentados.
a) “(...) o que faz com que fique gravada no cérebro?”
b) “Mesmo próximos eles viram logo passado (...)”
c) “A lembrança da gente se guarda em trechos diversos (...)”
d) “O senhor mesmo sabe.”
e) “(...) graças a pesquisadores do Brasil e da Argentina (...)”

18- Leia o poema Questão de pontuação, de João Cabral de Melo Neto, e responda à questão.

Questão de pontuação
Todo mundo aceita que ao homem
cabe pontuar a própria vida:
que viva em ponto de exclamação
(dizem: tem alma dionisíaca);
viva em ponto de interrogação
(foi filosofia, ora é poesia);
viva equilibrando-se entre vírgulas
e sem pontuação (na política):
o homem só não aceita do homem
que use a só pontuação fatal:
que use, na frase que ele vive
o inevitável ponto final.
(João Cabral de Melo Neto. Agrestes – Poesia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.)
Vocabulário
Dionisíaco: de natureza vibrante, por alusão a Dioniso (deus do vinho e das festas, entre os gregos).

A partir da leitura do poema, é possível afirmar que:
a) ao longo do poema, são citados três sinais de pontuação; dentre eles, apenas o ponto de interrogação está relacionado à vida humana.
b) os três primeiros sinais de pontuação mencionados no texto representam diferentes formas de viver, e a escolha fica a critério do homem.
c) usando diferentes metáforas, o eu lírico aconselha ao homem que viva de diferentes maneiras.
d) a pontuação é um recurso gráfico que ajuda a organizar sintaticamente o texto; no poema, os sinais de pontuação mencionados, em sentido conotativo, aparecem como elementos que atrapalham o entendimento da vida.
e) por meio dos versos “todo mundo aceita que ao homem/ cabe pontuar a própria vida”, percebe-se que a sociedade não aceita que as pessoas façam escolhas individuais.

19- Leia o trecho a seguir, do médico Dráuzio Varella, e faça o que se pede na questão

A preguiça humana
(...) Pessoas instruídas estão cansadas de ler a respeito dos benefícios que a atividade física traz para o corpo humano: melhora as condições cardiorrespiratórias, reduz o risco de doenças cardiovasculares, reumatismo, diabetes, hipertensão arterial, câncer, degenerações neurológicas etc.
Por que, então, preferem aguardar pacientemente a descer um lance de degraus à custa das próprias pernas? Por uma razão simples: o exercício físico vai contra a natureza humana. (...)
A preguiça para movimentar o esqueleto não é privilégio de nossa espécie: nenhum animal adulto gasta energia à toa. (...) A escassez milenar de alimentos na natureza fez com que os animais adotassem a estratégia de reduzir o desperdício energético ao mínimo.
(...) [Portanto,] se você é daquelas pessoas que espera a visita da disposição física para começar a fazer exercícios com regularidade, desista. Ela jamais virá. Disposição para sair da cama todos os dias, calçar o tênis e andar até o suor escorrer pelo rosto, nenhum mortal tem. Ou você encara a atividade física com disciplina militar, ou esqueça-se dela. Na base do quando der eu faço, nunca dará.

19- Assinale a alternativa que interpreta o texto de forma correta.
a) Como a atividade física vai contra a natureza humana, Dráuzio Varella aconselha não praticá-la.
b) Sabendo dos benefícios da atividade física, praticá--la com disciplina é antídoto à preguiça natural do ser humano.
c) A preguiça de fazer exercícios físicos surgiu entre seres humanos apenas na sociedade moderna.
d) A comparação com a vida dos animais serve para conscientizar-nos de que precisamos poupar energia como eles.
e) Influenciada pela escassez de alimentos dos dias atuais, a população mundial deixou de fazer exercícios físicos.

20- Leia os versos abaixo:
Quando há inverno abundante
No meu Nordeste querido
Fica o pobre em um instante
Do sofrimento esquecido
Tudo é graça, paz e riso
Reina um verde paraíso
Por vale, serra e sertão
Porém não havendo inverno
Reina um verdadeiro inferno
De dor e confusão.
(ASSARÉ, Patativa do. Cordel. São Paulo: Hedra. 2005.)

De acordo com os versos, pode-se afirmar que:
a) o inverno para o sertanejo corresponde ao período chuvoso.
b) a relação entre o homem e a natureza inexiste nos versos do poeta.
c) no Nordeste seco, o verão se caracteriza por chuvas abundantes.
d) no inverno, aumenta a miséria no Sertão Nordestino.
e) para o sertanejo, o inverno é o período mais seco do ano.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O cavalinho de Sete cores
Um conde tinha ficado cativo na guerra dos mouros. Tinha o rei três filhas, toda três muito formosas , que pediram ao pai que deixasse ficar prisioneiro no castelo até que o viessem resgatar. A menina mais velha foi ter com o conde, e disse-lhe que casaria com ele, se lhe ensinasse qualquer coisa que ela não soubesse. O cativo disse:
-Pois ensino-te a minha religião, e vens comigo para o meu reino, e cassaremos.
Ela não quis. Deu-se o mesmo com a segunda. Veio por sua vez a menina mais moça que quis aprender a religião e combinaram fugir do castelo, sem que o rei soubesse de nada disse então ela:
-Vai à cavalariça, e has-de lá encontrar um rico cavalinho de sete cores, que corre como o pensamento. Espera por mim no pátio, á noite e partiremos ambos.
Assim fez. A princesa apareceu com os seus vestidos de moura, com muita jóias, e a primeira palavra que disse logo o cavalinho de sete cores se pôs na vizinhanças da cidade de onde era natural o cativo conde.
Antes de chegar à cidade havia um grande areal, o conde apeou-se, e disse á princesa moura que esperasse ali por ele, enquanto ia ao seu palácio buscar fatos próprios para aparecer na corte, porque estava com roupas de cativo e ela de mourisca.
Assim que a princesa ouviu isto, rompeu num garnde choro:
por tudo quanto há, não me deixes aqui, porque hás-de-esquecer- te de mim.
Como é que isso pode ser?
Porque assim que te separes de mim e alguém te abraçar logo me esqueces completamente.

O conde prometeu que não se deixaria abraçar por ninguém, e partiu, mas assim que chegou ao palácio a sua ama de leite reconhece-o, e com a alegria foi para ele e abraçaou-o pelas costas. Não foi preciso mais; nunca mais ele se pôde lembrar da princesa. Ela tinha ficado no areal, foi dar a uma cabana onde vivia uma pobre mulher, que a reconheceu e tratou bem. Ali foi ter a noticia de que o conde estava para casar com uma princesa, e na véspera do casamento a mourinha pediu ao filho da velha que levasse o cavalinho de sete cores a passear no adro da igreja em que em que se haviam de casar.
Assim foi, quando chegou o noivo com o acompanhamento , ficou pasmado de ver um tão belo cavalinho, e quis vê-lo mais de perto. O moço que o passeava andava a dizer:
anda, cavalinho! anda, não esqueça o andar,
Como o conde esqueceu a moura bo areal.
O noivo lembrou-se logo da sorte que tinha caido, desfez o casmento com a princesa e foi buscar a mourinha com quem casou, viveram muito felizes
(Algarve – Lagoa)





reponda ás segunites questões:

1.Identifique três das caracterisiticas do conto popular presente neste texto e exemplifique cada umas delas.
2.Determine os momentos fundamentais como: ação (situaçaõ inicial, acontecimento (s) pertubador(es) e situação final).

3.Identificar as personagens do conto.

3.1 Caractrize-as fisica e psicologicamente.

4. O tempo e o espaço neste conto são muito vagos.
4.1 Justificar esta afirmação com exemplos do texto.

5.O três é um dos elementos cheios de simbologia.
5.1 Qual a simbologia do número três neste conto?

6.A dualidade Bem / mal está presente neste conto.
6.1 Escolha uma personagem para cada um deles dois conceitos.
7.Dá um exemplo da presença de linguagem popular e oral, respectivamente, presente neste conto.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011